A inclusão escolar é um dos temas mais urgentes e necessários da educação contemporânea. E quando falamos em bilinguismo, muitos pais ainda têm dúvidas sobre os impactos da aprendizagem de duas línguas no desenvolvimento das crianças. 

No webinar promovido pela Maple Bear, a psicopedagoga e doutora em linguística aplicada Marissol Lage abordou de forma clara e acolhedora como o bilinguismo pode ser um agente de transformação na Educação Infantil, promovendo inclusão, respeito à diversidade e desenvolvimento cognitivo. 

Bilinguismo e desenvolvimento da linguagem: o que a ciência diz 

Um dos mitos mais comuns é a crença de que o bilinguismo pode causar confusão ou atraso na fala. Segundo Marissol, essa ideia não encontra respaldo na ciência. Pelo contrário: pesquisas atuais apontam que o contato com duas línguas fortalece habilidades cognitivas, amplia o vocabulário, desenvolve a função executiva (como atenção e controle inibitório) e promove a consciência metalinguística — ou seja, a capacidade de refletir sobre a própria linguagem. 

Inclusão não é sobre o indivíduo, mas sobre o ambiente 

Quando falamos de inclusão, é comum associarmos o termo apenas a crianças com necessidades especiais. No entanto, como reforçou a especialista, inclusão verdadeira acontece quando a escola transforma o ambiente, os discursos e as práticas pedagógicas para acolher a diversidade — seja ela de ritmos, estilos de aprendizagem, origens linguísticas ou necessidades específicas. 

Isso significa reconhecer que todos aprendem de formas diferentes. E nesse cenário, o bilinguismo surge como uma estratégia potente, pois permite que as crianças convivam com múltiplas formas de expressão, narrativas culturais variadas e diferentes maneiras de estar no mundo. 

Crianças com dificuldades de linguagem podem aprender em escolas bilíngues? 

Sim! E devem. Marissol destacou que crianças com atraso na fala, dislexia, TDAH ou autismo não têm prejuízos por estarem em contextos bilíngues. Na verdade, o contato com duas línguas pode ajudar essas crianças a desenvolver habilidades de comparação, inferência e organização do pensamento — aspectos essenciais no processo de aprendizagem. 

Inclusive, estudos indicam que o bilinguismo precoce estimula áreas cerebrais ligadas à cognição e à linguagem, com impactos positivos de longo prazo, como maior flexibilidade mental e até menor risco de doenças neurodegenerativas na vida adulta. 

Quanto mais cedo, melhor 

A neurociência já comprovou que a infância é o momento ideal para introduzir uma segunda língua. Isso porque o cérebro infantil é altamente plástico e receptivo, especialmente nos primeiros anos de vida. 

Na Maple Bear, as crianças são inseridas em um ambiente bilíngue desde o início da Educação Infantil, vivenciando experiências lúdicas e significativas em inglês e português. Essa vivência natural da língua, sem a pressão de “acertar”, torna o aprendizado mais leve, intuitivo e inclusivo — inclusive para crianças com desafios específicos de desenvolvimento. 

O bilinguismo como ponte para o respeito à diversidade 

Aprender uma nova língua é também aprender a olhar o mundo com outros olhos. A educação bilíngue por imersão permite que as crianças tenham contato com diferentes culturas, valores e formas de comunicação. Esse repertório enriquece a formação da empatia, da tolerância e do respeito ao outro — elementos centrais para uma escola realmente inclusiva. 

Educação bilíngue é para todos 

Como destacou Marissol, a chave está na intencionalidade pedagógica. Um ambiente bilíngue não se resume ao uso de outra língua, mas sim à criação de experiências significativas que respeitem o ritmo e o potencial de cada criança. Com o suporte de educadores preparados e comprometidos com práticas inclusivas, é possível oferecer uma educação bilíngue de excelência — e acessível a todos.  

Na Maple Bear, acreditamos que diversidade é riqueza. Por isso, promovemos uma educação que acolhe, respeita e potencializa as singularidades de cada criança. Afinal, inclusão não é apenas um valor: é um compromisso com o futuro. 

Continue acompanhando nossa série de webinars com especialistas e descubra como a educação pode ser ainda mais transformadora. 

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