Maple Bear
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jul 16, 2025Explorando os benefícios cognitivos do bilinguismo em crianças: como o aprendizado de duas línguas impacta o desenvolvimento cerebral
AUTOR
Maple Bear Brasil
ASSUNTO
Educação Bilíngue
TEMPO DE LEITURA
5 min
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jul 16, 2025AUTOR
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Educação Bilíngue
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O bilinguismo vai muito além da comunicação em duas línguas. Diversos estudos da neurociência já comprovam que aprender mais de uma língua desde a infância gera transformações profundas no cérebro — com impactos positivos que se estendem ao longo de toda a vida.
Neste webinar promovido pela Maple Bear, a neurocientista Janaina Weissheimer, referência em pesquisas sobre linguagem e cognição no Brasil, compartilhou descobertas essenciais sobre como o bilinguismo influencia o desenvolvimento cerebral das crianças.
Bilinguismo e neurociência: benefícios que vão além da linguagem
Aprender duas línguas na infância não só desenvolve habilidades comunicativas, mas também aprimora o funcionamento de áreas-chave do cérebro. Entre os principais benefícios cognitivos do bilinguismo, destacam-se:
Maior capacidade de atenção e foco;
Melhor controle inibitório (a habilidade de ignorar distrações);
Mais flexibilidade cognitiva, facilitando a troca entre tarefas e ideias;
Teoria da mente aprimorada (capacidade de entender o ponto de vista do outro);
Mais criatividade e alternativas na resolução de problemas;
Sensibilidade social mais aguçada.
Ou seja, crianças bilíngues não apenas aprendem mais línguas — elas se tornam mais preparadas para lidar com o mundo de forma crítica, empática e flexível.
O cérebro bilíngue é biologicamente diferente?
Sim! Estudos de neuroimagem mostram que o cérebro de crianças bilíngues forma mais conexões sinápticas, especialmente na região do córtex pré-frontal — área responsável pelas funções executivas.
Esse aumento da chamada massa cinzenta é uma resposta direta à experiência bilíngue. Quanto mais cedo essa vivência começa, maior o impacto positivo devido à alta neuroplasticidade do cérebro infantil.
Aprender duas línguas na infância atrasa o desenvolvimento?
Não. Embora crianças bilíngues possam ter um vocabulário um pouco menor em cada língua isoladamente nos primeiros anos, elas compensam rapidamente com um vocabulário total mais amplo. Esse fenômeno é chamado de dificuldade desejável — uma fase natural do processo bilíngue, e não um atraso.
A criança bilíngue está construindo dois sistemas linguísticos ao mesmo tempo. É comum ocorrer uma breve “desorganização” no início, que logo se reorganiza com ganhos significativos.
O bilinguismo ajuda no envelhecimento cerebral
Um dos achados mais impressionantes da ciência é que o bilinguismo atua como uma espécie de “poupança mental”. Pessoas bilíngues tendem a desenvolver sintomas de Alzheimer até cinco anos mais tarde do que monolíngues — mesmo que a doença já esteja presente no cérebro. Isso se deve à chamada reserva cognitiva, construída ao longo de uma vida vivida entre línguas.
E crianças com TDAH, TEA ou outras neuro divergências?
Embora os estudos ainda estejam em fase inicial, há fortes indícios de que o bilinguismo pode beneficiar o desenvolvimento de crianças com TDAH ou autismo. Isso porque o uso constante de duas línguas fortalece áreas do cérebro ligadas à atenção, controle de impulsos e flexibilidade cognitiva.
Inclusive, há relatos de professores que observam que alunos autistas tendem a se expressar melhor em inglês do que em sua língua materna — encontrando, assim, uma nova via para a comunicação.
Alfabetização bilíngue é possível?
Sim, e os resultados são promissores. Pesquisas mostram que a alfabetização simultânea em duas línguas (bitera) pode ser mais eficaz do que a alfabetização sequencial (Bialystok, 2002; Genesee, 2006). No Brasil, uma pesquisa conduzida no Instituto do Cérebro da UFRN, em parceria com a Maple Bear, demonstrou que o desenvolvimento da leitura e escrita em português e inglês ocorre de forma paralela e saudável — com as crianças apresentando fluência nas duas línguas (Teixeira et al., 2021).
Além disso, crianças alfabetizadas em línguas com estruturas diferentes (como o português e o inglês) desenvolvem maior consciência fonológica e compreensão leitora mais sólida ao longo da vida (Bialystok, 2001; Koda, 2007).
Ser bilíngue hoje: uma visão moderna e inclusiva
Antigamente, só era considerado bilíngue quem tinha proficiência igual em duas línguas. Hoje, a ciência reconhece que ser bilíngue é usar duas línguas para se comunicar com sucesso, mesmo com diferentes graus de domínio. Cada criança constrói seu repertório bilíngue de forma única — e isso deve ser respeitado e valorizado.
Na Maple Bear, acreditamos no poder transformador do bilinguismo por imersão. Com uma proposta pedagógica baseada em evidências científicas e vivências significativas, oferecemos às crianças um ambiente onde elas aprendem, se expressam e se desenvolvem em duas línguas — com acolhimento, naturalidade e propósito.
Se quiser continuar explorando mais sobre educação bilíngue, desenvolvimento infantil e metodologias inovadoras, fique de olho aqui no blog da Maple Bear. Temos sempre novos conteúdos para compartilhar com você.
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